segunda-feira, outubro 01, 2007

Fá sob Sol (uma canção para o faroleiro)...

Eu posso ver através dos seus olhos e as estrelas no céu não significam nada, você é meu espelho diante de todas elas.
Se eu ficar aqui por um pequeno momento, se eu ficar aqui você não escutará...
Se eu ficar separada, as sombras vão esconder as cores do meu coração.
(Azul para meu amor, preto para a noite).
Devo gritar agora e escutar apenas o som do meu silêncio, erguer os olhos, abrir a boca ou não dizer nada...
Cá estou tropeçando no meu eu que é seu, abrindo o peito e sentindo um suave tambor que me embriaga nas noites mais escuras ao som de minha canção... esta que você cantou para mim... buscando a atenção, a atenção de meu ritmo.
Ou será melhor e mais sensato que me cubra e siga em frente?
Haverá confusões?
Haverá solidão com apenas minhas lágrimas como pequenos lambaris, rolando para suavizar meus lábios secos na ânsia do tatear de sua voz quando disse EU TE AMO.
Haverá também consolação e haverá também beleza como o meu amor que aqui não esta, se faz ausente com minha compreensão.
Haverá algum riso, um riso contido, e quieto espreito a um medo macio da noite como o beijo quente e o suavizar das noites de solidão.
Não me deixe ser recoberta pelas areias do deserto... não me faça árida e apenas em sua imaginação, como uma linda lembrança...
Faça-me aflorar como uma nascente junte-se ao indescritível e faça disso uma mistura... como água doce e salgada que nos presenteiam com a bela restinga.
Eu vou te contar que você não me conhece e eu tenho que gritar isso porque você não escuta esta surdo e não me ouve.
A sedução me escraviza e você ao fim de tudo permanece comigo, mas preso ao que eu criei e não a mim... e quanto mais falo sobre a verdade inteira um abismo maior nos separa...
Mas a mentira da aparência do que eu sou, mas a mentira da aparência do que você é... porque eu não sou o meu nome e você não é o que eu criei...
O jogo perigoso que aqui pratico busca chegar ao limite possível de aproximação através da aceitação da distância e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia que nos separa...a palavra que nos delata... EU TE AMO...
Eu quero que você me veja a mim, eu me dispo da notícia e a minha nudez parada te denuncia e te espelha eu me delato, tu me relatas.
Eu nos acuso e confesso por nós, assim me livro das palavras com as quais você me veste.
Ainda sim não abro mão das palavras com as quais aqui me faço...
EU TE AMO!

*FABIANA

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