domingo, maio 20, 2007

Pouca... a pequena arte de não ser

Numa tarde num dia no meio da semana
Meus olhos fechados, eu estava meio dormente
Agora, o homem no palanque quer o meu voto
Me dizendo o quanto ama todo tipo de povo
Oh, eu me sentei no chão em frente à televisão
Mudei os canais até o número cinco
Saindo do chuveiro veio uma modelo esticada
Com uma garrafa de óleo capilar em suas mãos
Talvez um creme caro ou um perfume barato a meu ver
Bem, a mulher mais engraçada que eu já vi
Foi a senhora de salto quinze e calças por dentro
Que se emposta em cabelos longos e cútis suave
Mentirosa esta!
Se coloca como social, mas te vê aos olhos de cima, por cima
Ela se toma como bem sucedida e me olha como pior, pequena
Não seria ela a pouca por aqui?
Quer que eu use roupas caras e conte notas até o final do expediente
Assim me declararia sociável
Bem, me pergunte porque estou atônita agora
Isso nivela minha cabeça e acalma minha mente
Eu apenas caminho, passeio, toco e canto
Eu vejo dias melhores e faço coisas melhores
Eu recebo borboletas
Faço amor por telepatia
E sinto os corações pulsarem
A pele latejar ainda que por um simples olhar
Uma simples pedida de um não tocar
Sinto o inferno do transporte e sei que não ganhei um carro de meu pai
Com chamas escarlates aos meus ouvidos
eu preparava armadilhas nas estradas flamejantes
usando idéias como meu mapa
Mapa este desta Geografia que não entendo e nunca entenderei
Me encontro no limite breve
Da insuportável certeza
Da intolerância de não poder gritar tudo isso agora
Orgulhosa, a fronte ardente e a tez a pedir
Ponha-se no seu lugar
Eu estou aqui
E você aonde quer chegar?

Fabiana Souza Ferreira... Fabi... FAA#

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